segunda-feira, 7 de junho de 2010

QUANDO A DEPRESSÃO SE HOSPEDA...


Ouço gargalhadas de crianças lá fora, atraídas com a atmosfera de hoje...um sol radiante se rasga de ponta a ponta...uma brisa suave passageira se enrola no ar... mais parece um mundo perfeito nesta tarde de Inverno, onde o calor não sua nem arrepia...
...Porque raios choro eu então? Estou cego não vejo o sol brilhar. Chuva persiste caír em cascata de meus olhos, pondo-me num estado esgotado... Não tem explicação! Porque sinto-me seco quando meus lençois estão encharcados? Sinto que rastejar é o meu caminhar... só quero dormir...mas nunca o sono tem sonhos... se desgastam na miséria do pensamento do meu coração... pobre, escravo da saudade não tem vintém... mendigo aquí e alí na esperança de encontrar o suficiente para por-me alerta...
...Acordo com um estrondo, e um raío entra em meu quarto... assustei-me... mas ainda estou vivo...sinto o pulsar do meu coração como sardinha a saltitar quando apanhada do mar... Olho-me no espelho...esforço um sorriso...- Anda lá raparigo ri-te, chega de tanto lamento...- Quem te disse que eu lamento?...
O dia passou ao de leve por mim... comi...e sorri...até vi o sol debaixo de chuva... estarei eu com febre? A tarde caí num fechar de olhos no meu colo...De repente, sinto algo puxar-me...- Anda entra não te faças de desentendido... - ???...
Um choque elétrico percorre meu corpo, - Aí! Que se passa com meu coração sinto-o desfazer-se... doí-me... sufoca-me? - Porque me fazes isto? Tive um dia mais ao menos bom... - Não!!! Entra e cala-te... Entro em estado de coma...mais uma vez sou roubado, como que se fosse eu podre de abundância... Este ladrão deve pensar que vivo em castelo feito de felicidade, para assim violar a fragilidade de meus sentimentos, ou que sou feito de sorrisos estrelados...
Sinto-me morrer...Ou quero morrer ?...arrasta-me com tamanha força até áquele sitío...onde bolinhas se encontram... tenho-as na minha mão...são engraçadas ... as vou tragar de uma só vez... - Assim já não me roubas uma outra vez...
Sinto a dor, prender meu ventre vazio sem sustento... ouço gargalhadas e murmúrios...uma lágrima caí e fica paralisada para sempre...estado de confusão e lamentação... sofrimento sem causa...
- Já não quero ir... Entregar-me a ti...Não quero morrer em teus braços amarrados... DEPRESSÃO!!!
- Quero voltar a mim e ser eu!!! Onde andam aquelas calças que me enchem de lanças... - Sou guerreiro!!! Ouviste...
Tudo está escuro...entrei na floresta encantada da escravidão... - Onde estão as falsas estrelas, que fazem parte dela... a luz...?
...Oh! Minha alma é a que tem de procurar...a luz...- Oh! Sim...a luz...
Onde anda esse foco perdido, que nunca mais me focou... -Não! Não quero ser poço de atenções, nem tão pouco de lamentações...
Quero minha paz... meu coração embalar-me com sua melodia suave..., já nem suplico pela felicidade... não sou ganancioso... só quero um pouco de luz...para poder continuar a minha viagem...
- Deixa-me em paz, sim...chega de tanto estrilhaçar...
Vou-me conciliando aos poucos...mas sem antes caír ao chão uma e outra vez... minha luz é débil... o inimigo sempre com um olho sobre mim... o importante é que encontrei as minhas calças... defendo-me com o mais precioso que tenho... o toque de meu coração... sinal de que ainda estou vivo... e posso lutar...


Essa vida infame, esse amor ausente, essa depressão ardente, querendo me arrastar até aos confins do inferno...

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