DEPRESSÃO!

Me perguntaram se tenho depressão?!?
Respondo que sim!
Não a depressão dos que se cortam, se drogam, se matam, (será?!?)?!
Tenho uma depressão de estimação,
Que crio solta no meu quintal
Brinca comigo e eu com ela...
Depressão que vem e vai do nada,
Quando vem me acaba!
Me sinto frio, deprimido, desgastado, insuficiente, efervescente...
Uma gota de licor amargo!
Alimenta-se da minha auto estima
e me leva a viagens que jamais conseguiria sozinho...
Do vasto campo da languidez
ao profundo oceano da dor e insignificância,
lá onde os detalhes fazem sentidos,
onde cada pensamento é ouvido,
onde nuvens mórbidas maquiam o dia
e as lamentações se tornam poesias...
Lá os pais do séculos me encorajam a continuar com isso
e entendo que tenho nas veias o sangue ultra romântico
dos que se iludem, se apaixonam e sofrem por amores impossíveis...
A depressão não respeita limites,
mas eu tenho a técnica de domesticar animais selvagens...
Eu sei o caminho, as pegadas e o cheiro das feras...
Canalizo os ataques e os transformo em palavras... doravante textos
do que você lê e não dá importância tem muito de mim, muito da minha dor...
Esse lugar é um livro de memórias de carnificina,
grande parte de cada texto é um retrato de sangue e carne lacerada nessa brincadeira masoquista...
Mas os textos que saem de mim, valem o tempo que passei sem sorrir...
Só penso em escrever quando me sinto depressivo
e de fato escrevo quando sinto que ela começa a me prejudicar,
minha depressão morre de medo de poesias
começo a escrever e quando me dou conta, já foi embora, da mesma forma que veio... do nada...
Mas às vezes ela me esquece e eu sinto a sua falta, então a invoco, com quarto escuro e música melancólica de fundo,
na verdade brincar com depressão é como brincar com fogo...
Faço parte do time dos artistas ígneos,
se acertarmos fica bonito,
se erramos ele pode acabar conosco,
é um risco que sempre haverei de correr...
Eu tenho uma depressão doméstica,
mansa e tranquila,
minha depressão de estimação...