
Morte, a inevitável ação terrena,
talvez a única proposição que não se propõe,
em que não temos domínio.
Até adiantamos, antecipamos,
querendo, ou não querendo,
consciente, ou inconsciente,
porque há a morte física, também há a morte espiritual.
A morte física, como todos nos sabemos,
vemos, presenciamos, e até um dia vivenciaremos,
onde a matéria derrotada, se degenera, esvaindo-se,
apodresse, a beleza que um dia foi, já não é.
Vai embora o brilho dos olhos, o calor do corpo,
a melodia da voz, o cheiro, o sabor...
Dando lugar a lembrança, a saudade, ao vazio,
a lágrima, ao desespero, e o desapego de tudo o que
aquele corpo te proporcionava.
A morte espiritual nem sempre acopanhada da morte física,
a alma vencida pelo cansaço, deita-se, adormece,
em um sono preguiçoso, sem forças para prosseguir e
combater a fraqueza, o mal que insiste em rondar-nos.
A morte espiritual que vos falo,
não aquela em que "essa alma" viaja para algum lugar
que ainda não sabemos, crenças existem,
mas só provas concretas me convencem.
Falo da morte em que a matéria existe, vive...
mas seu espírito, alma, não se nota, não se "vê".
A matéria permanece como uma folha seca levada pelo vento,
seguindo a vida sem perspectiva, sem um amanhã,
sem depois, pois seu espírito dorme.
Muitas vezes decorrente de decepções, frustrações,
revoltas, esse portador carrega isso consigo,
aprisionando em seu coração como flashs, de um filme triste,
onde não mais somos o diretor e sim o ator principal.
Essa tristeza engasgada, sufocada, vai se solidificando,
se fortalecendo, até se instalar em sua alma,
que de tão leve torna-se pesada,
e de tanto carregar esse peso, vai se enfraquecendo, se esvaindo,
e então adormece esperando uma atitude sua,
a sua mão para segurar esse peso,
a tua força e o teu sorriso. Um movimento brusco que á tire
desse sono, que á acorde.
Uma gargalhada, um momento de alegria para essa alma entristecida.
Sacode!!! Grita!!!
- Levanta!
- Levanta!
Acorda o teu espírito e volta a viver,
esquece o que já passou e acorda para o novo.
"Quem vive do que passou não enxerga o que se mostrou."
Para tudo á um momento certo, até para sofrer.
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