Tua negra imagem me perturba o sono e a vida, o veneno do teu olhar me corrói a alma. Tua presença vampiresca segue minha sombra perdida, rodeada de demônios, dos quais o mais negro és tu! Quisera eu o hausto da tua respiração, o sangue maldito da tua progênie provar, perder minha vida para morrer na tua escuridão e em teus longos cabelos me enredar!
terça-feira, 22 de junho de 2010
IN DE PROFUNDIS...
Não há um único homem miserável, neste lugar miserável onde eu também me encontro, que não tenha relações simbólicas com o próprio segredo da vida. Pois o segredo da vida é o sofrimento. É isso que está escondido por trás de tudo. Quando começamos a viver, o que é doce é tão doce para nós, e aquilo que é amargo, tão amargo, que dirigimos, inevitavelmente, todos os nossos desejos para o prazer, e procuramos, não apenas “durante um mês ou dois alimentar-nos de mel”, mas não experimentar, durante toda a nossa vida, nenhum outro alimento, ignorando entretanto que podemos estar a fazer com que a alma morra de fome.
(Oscar Wilde, in De Profundis)
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