quinta-feira, 8 de julho de 2010

PSICODÉLICO...


Tente ficar sozinho em meio uma multidão de corpos conhecidos
Se conseguir, saberá como eu me sinto
Tente se afogar com oxigênio e ver o rosto da morte
Se conseguir, saberá qual é o meu cotidiano

Psicodelia diária, insanidade eterna, tão profunda quanto uma poça d'água,
Tão doce quanto o fel,
Tão perfumada quanto ácido sulfídrico
E tão louca quanto a vida...

A vida passa,
O tempo corre,
A juventude voa
A minha dor aumenta em progressão geométrica...
E a razão é um número incomensuravelmente doloroso!

O Realismo já foi tão surreal quanto o Simbolismo,
O Romantismo tão inútil quanto os sentimentos da parnasiano
O limpo se sujou, e no terceiro dia ninguém ressucitou...

Renato Russo suicidou,
E assim será com todos que conseguiram/conseguem, escrever/compor
Tudo que se passa em minha mente conturbada,
Porém calma e agitada,
Quando queima e é queimada...

E o perfume das nuvens me inebria
Enquanto escalo nos buracos das estrelas
A noite chega, me congela de tão fria
E agora ardem gotas, não pude contê-las...

Pelo meu rosto e corpo rolam muitas lágrimas
Que dilaceram, rasgam, queimam, regeneram,
Passeiam por curvas ensanguentadas
E somem de forma duvidosa, num labirinto de insatisfação...

Nada disse faz sentido
Quando eu ébrio não estou,
Mas quando a vodka em minha boca é sentido
Conto com lápis ou caneta o que sou...

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