terça-feira, 6 de julho de 2010

O HOMEM SIMPLES!


O homem simples olhava para a própria vida
A simplicidade da sua índole era o enredo da solidão
Na busca pelo essencial, passava despercebido por todos
Os muros fecham-se à sua volta
Sombras perenes no céu retumbante da discórdia...

O homem simples desejava aquilo que nunca teria
A escrita dos seus anos vindouros evidenciava o fardo que carregaria
Aquilo que deseja era a essência para viver
Ao mesmo tempo, era a responsável pela escuridão
E a indagação que carregará por toda vida assolava o coração cansado
“Como conseguirei viver se todos os dias eu tenho que matar tudo o que penso e sinto?”

O homem simples constatava como não fazia falta a ninguém
Vagando como um nômade eterno na realidade fria
Sabia que era mais um entre muitos
E que sozinho, era mais um entre o nada
Nos escritos da vida, seria a palavra apagada

O homem simples seguiu a trilha correta
Honrou os póstumos, orgulhou os que estavam vivos
Nos autos da sociedade covarde, bradou épicos de coragem
Na certeza da integridade, suportou as conseqüências do desprezo
Na esperança do afago, encontrou apenas o ruído do silêncio gélido

O homem simples estava cansado
Você consegue conviver com a dor
Mas fica impossível suportá-la
Quando ela se torna o próprio amanhã
Como encontrar a salvação?

Nenhum comentário:

Postar um comentário